Em PC alheio - o meu abraço de Boas Festas para ti e todos os que amas.
Previra escolher um poema especial para cada especial amigo, mas, em quase desespero de causa, não sabendo quando poderei resolver plenamente a situação do PC, escolhi, porque me é muito significativo, o poema de João Miguel Fernandes Jorge
A abstracção não precisa de mãe nem pai nem tão pouco de tão tolo infante
mas o natal de minha mãe é ainda o meu natal com restos de Beira Alta
ano após ano via surgir figura nova nesse presépio de vaca burro banda de música
ribeiro com patos farrapos de algodão muito musgo percorrido por ovelhas e pastores
multidão de gente judaizante estremenha pela mão de meu pai descendo de montes contando
moedas azenhas movendo água levada pela estrela de Belém
um galo bate as asas um frade está de acordo com a nossa circuncisão galinhas debicam milho
de mistura com um porco a que minha avó juntava sempre um gato para dar sorte era preto
assim íamos todos naquela figuração animada até ao dia de Reis aí estão
um de joelhos outro em pé e o rei preto vinha sentado no
camelo. Era o mais bonito. depois eram filhoses o acordar de prenda no
sapato tudo tão real como o abrir das lojas no dia de feira
e eu ia ao Sanguinhal visitar a minha prima que tinha um cavalo debaixo do quarto
subindo de vales descendo de montes acompanhando a banda do carvalhal com ferrinhos
e roucas trompas o meu Natal é ainda o Natal de minha mãe com uns restos de canela e Beira Alta.
A Lua cheia é algo de hipnótico... parece tão improvável aquele objecto luminoso no meio do céu escuro que se torna fascinante. Não é por acaso que existem todas aquelas expressões como lunático, aluado, etc.
7 comentários:
olá
bela lua cheia quidado com os lobos
Em PC alheio - o meu abraço de Boas Festas para ti e todos os que amas.
Previra escolher um poema especial para cada especial amigo, mas, em quase desespero de causa, não sabendo quando poderei resolver plenamente a situação do PC, escolhi, porque me é muito significativo, o poema de João Miguel Fernandes Jorge
A abstracção não precisa de mãe nem pai
nem tão pouco de tão tolo infante
mas o natal de minha mãe é ainda o meu natal
com restos de Beira Alta
ano após ano via surgir figura nova nesse
presépio de vaca burro banda de música
ribeiro com patos farrapos de algodão muito
musgo percorrido por ovelhas e pastores
multidão de gente judaizante estremenha pela
mão de meu pai descendo de montes contando
moedas azenhas movendo água levada pela estrela
de Belém
um galo bate as asas um frade está de acordo
com a nossa circuncisão galinhas debicam milho
de mistura com um porco a que minha avó juntava
sempre um gato para dar sorte era preto
assim íamos todos naquela figuração animada
até ao dia de Reis aí estão
um de joelhos outro em pé
e o rei preto vinha sentado no
camelo. Era o mais bonito.
depois eram filhoses o acordar de prenda no
sapato tudo tão real como o abrir das lojas no dia
de feira
e eu ia ao Sanguinhal visitar a minha prima que
tinha um cavalo debaixo do quarto
subindo de vales descendo de montes
acompanhando a banda do carvalhal com ferrinhos
e roucas trompas o meu Natal é ainda o Natal de
minha mãe com uns restos de canela e Beira Alta.
João Miguel Fernandes Jorge, Actus Tragicus
A Lua cheia é algo de hipnótico...
parece tão improvável aquele objecto luminoso no meio do céu escuro que se torna fascinante. Não é por acaso que existem todas aquelas expressões como lunático, aluado, etc.
O grão da fotografia a pretoe branco dá-lhe um ar enigmático.... tal como a Lua!
... Vem do Sol, grita e pára...
Fantástica a textura da foto!
Bjs
Desde ontem, tem estado uma bela lua cheia, como a da foto. Também gostei do efeito de textura.
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